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Mostrando postagens de novembro, 2014

Coisas de chuveiro

                  Ela abriu o chuveiro, e deixou que o mundo parasse. A água percorria não só a extensão do seu corpo, mas das suas preocupações também. Curioso era que o espelho do banheiro estava todo embaçado, seu reflexo era nada mais que uma sombra. Era assim que a menina se sentia.               Gotas não escondiam lágrimas, a muito tempo ela prometera nunca mais chorar. Uma menina esperta, você poderia dizer. Uma tola, na realidade é o que passara a ser. O calor do banheiro a preenchia, a fazia sentir-se segura. As frustrações pareciam menores, seus dramas nada mais que uma velha comédia romântica que servia a si durante longos dias. Estava cansada de si mesma.                     O cabelo começou a pesar, começou a massageá-lo e isso permitiu que tentasse mais uma vez se ver no espelho. Nada. Borrão. A água quente marcava a pele com vergões. O amor a marcara com solidão. Era como se todas as escolhas a tivessem a coberto de insegurança. Ver seus mil amores de uma noite cu

Pensamentos de um dia de chuva

                        A chuva continuava a cair, o cômodo estava repleto de gritos e vida, e o menino ainda sentia um vazio enorme. Como era engraçado se sentir abandonado por si mesmo no meio da multidão. Eram tantos paradigmas para lidar, tantos modelos sociais que tinha que se impor. Uma vida curta que acreditava ter jogado fora.                        Sua mente criava um espelho frio, onde o reflexo era uma clara negação da sua persona. Doía nele não seguir os padrões. Sofria por não ser um fruto da sociedade, por pensar demais. Ora, fora este seu pecado capital! Pensar demais. A vida poderia ter sido tanto mais, se apenas sentisse.                        O corpo era só uma casca, mas demasiada pesada. Era doloroso ouvir olhares de que não era bom o bastante. Frustava-o ver passados que nunca existiram desfazerem-se em sua frente. Maldita sede de beleza! Detestável busca incansável por aceitação.                       O mundo girava mais rápido, e impassível ele chorou tod

Aquele da exposição da dor

                        Por que publicar em redes sociais tudo o que se passa em nosso cotidiano? Qual a necessidade de criar uma exposição em volta de muitos aspectos de nossa vida? Até quando o número de curtidas, seguidores e "rts" serão medidores de sinceridade, popularidade e beleza? As redes sociais promoveram um grande avanço na comunicação das massas. Permitiram conversar com pessoas que se afastaram dos círculos de convivência e também, ter um contato maior com os ídolos e as celebridades que admiramos. Mas ao mesmo tempo, nos lembrou o quanto os homens são carentes de atenção. Até que ponto é benéfico transformar o perfil de uma rede social, em um espelho do que acontece do outro lado da tela do computador?                 Não precisamos escrever em cada mural que estamos sofrendo. Não há necessidade de compartilhar a totalidade da sua dor, nunca ajudou ninguém a seguir em frente. Pelo contrário, nos prende em um ciclo sem fim onde queremos ver que os outros faze

Aquele depois de uma boa dose de realidade

                    Alguma coisas são suportáveis, mas não sem dor. Deixam um gosto amargo na boca e um aperto no peito. Crescemos acreditando que amores são para sempre, que sonhos se realizam. Bem, isso quase nunca acontece.                     Um dia pretendo descobrir o motivo de alimentarmos nossa alma com tantas ilusões. Também, o porque de passar noites em claro, construindo situações que nunca se concretizarão. A vida não é um filme da Sessão da Tarde, muito menos seu desfecho é um final da novela das 9h. Muitas vezes ela é fria, escura e injusta.                      Passamos anos com medo de sentir dor, do sofrimento e esquecemos que essa é a chave do problema. Levantamos muros para que o nosso coração não seja quebrado, para que o orgulho não seja afetado. Mas um dia desses, você vai fechar os olhos e todo esses machucados irão embora. É preciso sofrer para aprender a amar, para aprender a viver.                       Nada vai durar pra sempre, nem mesmo o espinho que

Dos noites longas e frias

                As batidas do meu coração sonorizam minha queda. Suave e calmo, triste e único. Rendo-me à dança. Me conduza ao fim. Quem sabe poderei padecer tranquilo... O sopro da tormenta é meu parceiro. Me devolve tudo que joguei para o alto, o que por orgulho eu perdi. E em um forte abraço sela-me. Perco o ar,.. erro meu.                 A queda continua, assim como o pulsar no meu peito. O fim tarda a chegar. Sinto que apago-me e acabo por tornar um borrão do que fui. E assumo a realidade de quem jamais quisera ser. Seria afim de atenuar esse ato final? As cortinas já se fecharam, mas as palmas nunca vieram. A noite se mantém fria e calada. Minha única testemunha.                Minha tormenta fui eu mesmo quem a criou. O abismo que ela pucha, é tudo aquilo que a mim mesmo neguei ser.                  Leva-me! Consuma-me! Arrebata-me!                 Acalma-me...

Daquele que falei do álbum que explode todo minha dor em música eletrônica.

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                        Olá meus lindos e lindas, tudo bem? Espero que bem! Resolvi começar a semana com algo que pensei em fazer desde que o "Garotos Serão Sempre Otários" ganhou vida. Conforme acompanho a cultura pop contemporânea, noto a influência da música em nossa sociedade. Hoje em dia, a música está além do som propriamente dito; está entrelaçada a um aspecto visual. Seja em videoclipes, performances, turnês, aparições em grandes capitais, polêmicas em redes sociais, os astros pop buscam cada vez mais a atenção do público.                    O mercado fonográfico, vem caindo gradativamente nos últimos anos e  o desafio é manter as vendas como antigamente. Gravadoras e empresários, muitas vezes acabam por matar a criatividade do artista afim de fazer algo que agrade a massa. Porém nessa super produção, pessoas vem se chamando de artistas, embora seu "sucesso" dure até o próximo verão. Que cenário é esse que presenciamos? Seria uma face tão clara do capital

Daquele dia de domingo

            Domingo. Quantas coisas já não foram escritas sobre esse nosso caro colega. Quem nunca leu em uma rede social, "Domingo, com T de tédio"? Nexo à parte, é uma constante na cabeça de muitos nós. Para muitos, é um dia familiar. Para outros, me encaixo nesse grupo, é aquele dia que você assistirá mil episódios da sua série preferida, e o dia não terminará. Sendo seguido então, por aquele momento triste de parar e pensar na vida. O pior da vida, é sem dúvidas, ficar pensando na vida. E o tempo passou, as águas seguiram, e ainda estamos presos pensando no futuro que não tivemos.             Corre-se o risco do aleatório do celular, colocar aquela música que você evita a tanto tempo. E ela se estende, e te rouba para uma dança nostálgica. Você tenta acompanha-la, porém não é tão rápido o bastante. E se machuca de novo. Embora a ferida fique aberta, é tão bom sentir a dor. É incrível poder por meros segundos, sentir o gosto daquele velho enamorar.              Existem a

Daquele em que meu espírito estava dançando

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              Boa noite, meus e minhas queridas! "O mundo acaba hoje e eu estarei dançando com você..."               Sabe, essa é uma das poucas músicas que representam verdadeiramente uma outra parte de mim. Simples, calma, incessante e profunda. Desde quando conheci esse projeto da Pitty e do Martin, fiquei apaixonado. É uma das bandas que mais tenho ouvido nos últimos meses.               Ao som do teclado, eu viajo em uma parte de mim mesmo que estava escondida. Pucho um velho menino, numa ciranda sem fim. Nada como ser um cigano. Ter algo pra poder domar um peito em fogo.               Essa música entra na lista das músicas da Pitty que mais conseguem me emocionar, e de certa maneira não me canso de ouvi-la. Uma bela dose de "Dançando" e "130 anos" e o dia ganha novos rumos. É como se fosse posto em palavras todos os sentimentos que um dia eu achei não sentir mais.             Talvez seja uma pequena parte de mim que se escondeu, desde que você

Aquele do dia que vi o quão ignorante o homem é.

               Carxs amigxs, boa noite. Dessa vez, não venho aqui para partilhar crises existenciais, nem pensamentos do Prince High, muito menos baboseiras de mais garoto otário. Venho dividir uma situação que acabei de vivenciar.                Sou graduando em História, pela Universidade Federal de Alfenas. Moro em uma república, a saudosa Cabron, com mais três pessoas. A pouco, alguns amigos chegaram para passarmos a noite conversando, bebendo, rindo dos problemas e falando do cotidiano universitário. E logo no que entraram, fomos obrigados a presenciar uma cena que nos revelou um lado triste da humanidade.                 Um vizinho completamente alterado, começou a tacar coisas em nossa casa. Uma garrafa quebrou a janela do quarto de uma das meninas, e um pedaço de vidro foi jogado em nossa varando quase acertando uma professora do curso que nos visitava.                  O homem, que aqui chamarei por Sr. Energúmeno, segurava um taco de baseball. Sim amigxs, como uma cena clá

Aquele de quando eu estava chapado

                    Então a batida contínua, um choque percorre todo o meu corpo. Cruza minhas costas, meu nariz, meus braços e meu pé. Me sinto bem, acho que são os meus chacras. Pesquiso pesquisar. Eu sinto uma grande pontada nas costas, bem no meio da minha espinha; outros fortes são no meu nariz e nas minhas mãos.                    Quanto mais eu penso, mais meu corpo mexe e o choque fica mais forte. A cada batida da música, meu corpo reage de uma maneira diferente. Acho que a energia dos meus chacras, ficam se espalhando ainda mais. Sinto-me mais feliz, mais confiante. Esta vindo algo, uma sensação deque sua  uma odalisca.                     Sinto que posso ir ainda mais além. A minha aura esta vibrando. E você quer conhecer este garoto por trás da aura? Amo Lady Gaga. Eu ouço você gritar, mas é de prazer ou dor?                     DANÇAR, SEXO, ART, POP.                    Tenho que ir, então numa próxima aventura lhe darei mais detalhes; Mas saiba que me sinto bem, a libe

Por trás dos olhos azuis

               Passam os dias, a lua percorre todo o céu, e aqui dentro nada mudou. Pense em um nó que vai aumentando gradativamente dentro de você, mas não apertando sua garganta.  Pressionando tua alma.                Há uma tristeza quando se percebe que todos os seus demônios, foi você mesmo que criou. Suas chagas, suas falhas, são o fardo que os alimenta. Alguns momentos da vida nunca vão embora. Talvez seja esta a sina de amar. Levar a finco durante tantos novembros cenas tão curtas, porém que marcam ainda mais teu espírito com o poder do tempo. Quem sabe esse foi o meu maior pecado, ter amado demais, pessoas demais. Engraçado como essa palavra, amor, é tao curta e perdure longos dias em nós. Mas não há amor sem dor.                Novembro passa, mas meu tormento não. Por trás dos olhos azuis há uma infinidade de coisas, mas ninguém mais poderá ver. O menino abandonado por si mesmo, com medo do próprio reflexo. O garoto assustado, que não encontra mais nenhuma beleza em si. O

Dos dias boêmicos

                          Imagine uma noite em que seu único objetivo é deitar e não fazer a mínima de como acabou na sua cama. Agora, ponha isso em prática. Tenha certeza caro amigo, é aquele momento da vida em que se torna realidade. O cd "The Fame" da Lady Gaga toca  ao fundo, e a cada batida e eu me perco mais e mais. Resumindo, em quanto a Mother Monster toma conta da trilha sonora, me sinto mais distante.                          Algumas vezes, precisamos da música certa e do lugar correto para "pirar". Apenas estar bêbado não corresponde a nada, nem mesmo estar alterado. É preciso mais que jogo e amor. É necessário saber fluir no ritmo. Inúmeras vezes as pessoas perdem o compasso, e a balada se torna solitária, nos vemos sozinhos na pista de dança. Os acasos da vida se transvestem de paparazzi, e a cada flash ela toma um rumo diferente.                         Recorda-se das festas que um dia tu participou, e não te recordas mais da maioria dos eventos? P