Daquele que falei do álbum que explode todo minha dor em música eletrônica.

                        Olá meus lindos e lindas, tudo bem? Espero que bem! Resolvi começar a semana com algo que pensei em fazer desde que o "Garotos Serão Sempre Otários" ganhou vida. Conforme acompanho a cultura pop contemporânea, noto a influência da música em nossa sociedade. Hoje em dia, a música está além do som propriamente dito; está entrelaçada a um aspecto visual. Seja em videoclipes, performances, turnês, aparições em grandes capitais, polêmicas em redes sociais, os astros pop buscam cada vez mais a atenção do público.
                   O mercado fonográfico, vem caindo gradativamente nos últimos anos e  o desafio é manter as vendas como antigamente. Gravadoras e empresários, muitas vezes acabam por matar a criatividade do artista afim de fazer algo que agrade a massa. Porém nessa super produção, pessoas vem se chamando de artistas, embora seu "sucesso" dure até o próximo verão. Que cenário é esse que presenciamos? Seria uma face tão clara do capitalismo, onde o mito do sucesso e fama sempre reinou? O que é ser um artista? Qual é a mensagem da sua obra? Quem deve controlar o processo criativo, o cantor ou a gravadora?
                   Nesse contexto surge um álbum controverso, em todos os seus aspectos desde produção, divulgação e objetivo. Motivo de chacota para uns e amor para outros, "ARTPOP" é terceiro álbum de estúdio de Lady Gaga e um dos mais comentados nos últimos anos.
                    Lançado em 11 de novembro de 2013, "ARTPOP" surge em um momento delicado na carreira da cantora de "Just Dance", Depois de cancelar a turnê "The Born This Wall Ball" devido a uma contusão no quadril, Gaga se afasta por pouco mais de dois anos da mídia. A essência do álbum surge nesse momento, em que a criatividade e o talento dela passam a ser questionados. Com músicas com mensagens não tão fortes quanto no antecessor "Born This Way", o novo cd vinha com uma aura mais colorida. 
                    Escolhi falar de "ARTPOP" por vários motivos. Primeiramente, hoje completa um ano desde o seu lançamento. Segundo, é o trabalho da Gaga que mais escuto, e também por ser, na minha opinião, o mais comercial que ela produziu e o que teve uma recepção muito negativa.
                    Os trabalhos com ele praticamente estão encerrados, a mini turnê mundial "ArtRave: The ARTPOP Ball Tour" se encerra em Paris no próximo dia 24 (vinte e quatro). E ainda assim geram todo tipo de comentários pejorativos em páginas de música pop, tanto a turnê quanto o álbum.
                     Alcunhado de "ARTFLOP" pela queda de vendas logo no começo de sua divulgação, foi o principal alvo dos "haters" da Mother Monster e seus seguidores. O desempenho do cd é algo que gera um grande debate. Comparado a seus próprios números o "álbum do milênio", como a cantora se referiu ironicamente a ele (será?), não chamou tanto a atenção do grande público. Porém, quando comparamos com os números de vendas, tanto na época do lançamento quanto atualmente, ele supera o de muitas artistas que tiveram grande divulgação e hits.
                                             
                            Marcado por uma divulgação precária, todos os trabalhos envolvendo "ARTPOP" foram colocados sobre a perspectivas de que ser apenas mais uma tentativa de Gaga chamar atenção. Nesse ponto, podemos começar a questionar o porque da alcunha de "ARTFLOP". Foi um dos retornos mais aguardados da última década, portanto gerou expectativa tanto nos fãs, os Little Monsters, quanto para os que apenas ouvem os singles lançados nas rádios.
                        O que pude interpretar dos diversos ataques, é que não foram pessoas que gostavam mais de Katy Perry, que retorna ao mercado no mesmo tempo com seu novo single. Sendo está, a "rival" de Gaga até hoje em dia. Simplesmente, uma reação anti-Gaga. "Roar", primeiro single do novo projeto de Perry, saiu a frente, o que foi razão suficiente para que Lady Gaga fosse tachada como pior. Nesse meio tempo, começa o uso da expressão "flop" que significa algum trabalho que não teve um bom desempenho comercial.
                          Quando finalmente pude ouvir "ARTPOP", toda a espera valeu apena. E ao longo das faixas, pude entender e sentir uma Lady Gaga que ainda não tinha contato. O que não entendo é como as pessoas não sentem quão forte é a presença nas canções. Não que em outros álbuns não sintamos, mas o espírito da rebelião criativa é exatamente a mulher por trás de todas as perucas e salto alto. "Born This Way" foi para nós os fãs, mas ARTPOP é ela. É a cor que Stefani escondeu dos holofotes. A mulher cansada de uma mídia que a quer incansavelmente menosprezá-la, e então grita aos sete ventos seu brado feminista e de determinação como artista. 
                O álbum contém 15 faixas, que se completam de certa maneira. É como uma história contada por Gaga. Segundo a cantora, "ARTPOP" foi pensado para ser ouvido do começo ao fim, sem que se intercalasse as faixas, e em fones de ouvido! Há uma magia por trás das músicas, que as conecta e nos faz entender uma Lady Gaga que ainda não conhecemos. Você quer conhece-la? Tentará entender o desafio vivido por uma garota submissa a você?
                      Portanto, tenho muito orgulho desse cd. E da Gaga que se entrega sem tantos aparatos, apenas um espírito cansado de seu trabalho ser julgado pelo seu peso, pela aparência exterior. Uma mostra tão clara do desejo de que novamente o artista esteja no controle. A mulher que não quer ser sozinha pra sempre, mas entende que poderá ser durante mais um dia e fará de cada fã o seu lar por um dia. E como uma obra de arte, o cd é tão inteligente que termina com nossos "applauses". Afinal, é a Venus de Botticelli que ganha vida, a deusa do amor.
                      E assim, faço das palavras da Gaga as minha a respeito da minha relação com o "ARTPOP", é toda a minha dor explodindo em forma de música eletrônica. Uma dica, ponha ele pra tocar quando você estiver puto com a vida!! Tenho certeza, que você vai ver como ele tem um toque especial!! PAWS UP!!!
                      E você, qual sua opinião sobre "ARTPOP"? Qual sua faixa preferida? Conta pra gente, mesmo porque se você não gostar, você vai continuar sendo um garoto otário!!

                    

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