Noites de Dezembro
Ele fechou os olhos e sentiu o frio, a noite e vida que corria do lado de fora da casa. Ali, dentro e fora do seu corpo, estava uma completa bagunça. Roupas e pensamentos jogados ao alento. Misturavam-se em uma montanha em que tinha medo de tocar. De descobrir o que havia por baixo de toda a poeira. O peito ardia, e as chamas o consumiam. Ele queria correr, mas era um homem sem casa. Não tinha para onde ir, para quem se jogar. A solidão era uma companhia curiosa. O fazia pensar em todos que estavam distantes, mas o foco voltava a ser ele. Seus erros. Seus planos frustrados. Os sonhos que criava durante o dia, e sabia que não chegaria a minima margem da realidade. Recordava-se de alguém dizer que o tempo que se passa sozinho, era bom para se conhecer. Mas como conhecer alguém que mudava numa espiral constante? O espelho lhe pregava truques a cada manhã. As horas corriam e os pensamentos do men