Daquele dia de domingo

            Domingo. Quantas coisas já não foram escritas sobre esse nosso caro colega. Quem nunca leu em uma rede social, "Domingo, com T de tédio"? Nexo à parte, é uma constante na cabeça de muitos nós. Para muitos, é um dia familiar. Para outros, me encaixo nesse grupo, é aquele dia que você assistirá mil episódios da sua série preferida, e o dia não terminará. Sendo seguido então, por aquele momento triste de parar e pensar na vida. O pior da vida, é sem dúvidas, ficar pensando na vida. E o tempo passou, as águas seguiram, e ainda estamos presos pensando no futuro que não tivemos.
            Corre-se o risco do aleatório do celular, colocar aquela música que você evita a tanto tempo. E ela se estende, e te rouba para uma dança nostálgica. Você tenta acompanha-la, porém não é tão rápido o bastante. E se machuca de novo. Embora a ferida fique aberta, é tão bom sentir a dor. É incrível poder por meros segundos, sentir o gosto daquele velho enamorar.
             Existem aqueles casos que recorrem à televisão. Agora, vejo que não é uma boa opção. Queremos trocar nossa história, na mesma voracidade que mudamos de canal a canal, procurando que seja bom o bastante. Futebol(cala a boca, Galvão!), estática, programa de auditório (mais do mesmo), estática, canal político (não passa nada que presta!), estática, canal religioso (só passa missa). E nessa chuva de massificação, o dia prossegue. Jogado no sofá, a espera que a porta abra e você seja roubado para um outro universo. Mas a porta não abre e o dia está acabando.
              Para mim, hoje foi um dia de ficar deitado vendo série o dia todo. Lidei com uma saudades imensa de velhos amigos, velhas piadas, velhos abraços, mesma segurança. Agarrei o travesseiro, como se fosse o teu corpo. Senti no ar um perfume que a muito me deixou. E nessas idas e vindas, começo a me sentir tão apagado. Tanta coisa eu queria mudar, tanto sonhos eu queria realizar. Quantas lágrimas eu ainda irei segurar. Eis que então carx leitorx, ao me levantar e olhar no espelho, sorri. Só isso, sorri ao me ver. Fiquei feliz em ver. Contente em ser o mesmo velho amigo, o mesmo velho menino. Sorri ao me ver sorri, me senti bonito. Senti tudo o que domingos haviam me tirado.
              Então senhor Domingo, aqui lhe dirijo algumas linhas. Venha, sem medo de rótulos. Deixe pra trás a saudade de casa, não se preocupe sobre os afazeres. Te espero aqui em casa, para sentarmos na cozinha e olharmos o pôr-do-sol. Farei uma rodada de pipocas, se você prometer que será mais iluminado do que já é; podemos até ver um filme que contará nossa nova história. Te aguardo, se você ficar feliz em se ver sorrir. Até lá, descanse bastante. Jogue pro alto o estresse dos seus colegas de serviço! O Dono Segunda-Feira, se prepara que ele vem com a maior cara de ressaca. Acho que ele levou um bolo da Senhorita Sexta-feira. De qualquer maneira, estarei sempre no mesmo lugar te esperando.
               Um forte abraço velho amigo!!

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