Por trás dos olhos azuis

               Passam os dias, a lua percorre todo o céu, e aqui dentro nada mudou. Pense em um nó que vai aumentando gradativamente dentro de você, mas não apertando sua garganta.  Pressionando tua alma.
               Há uma tristeza quando se percebe que todos os seus demônios, foi você mesmo que criou. Suas chagas, suas falhas, são o fardo que os alimenta. Alguns momentos da vida nunca vão embora. Talvez seja esta a sina de amar. Levar a finco durante tantos novembros cenas tão curtas, porém que marcam ainda mais teu espírito com o poder do tempo. Quem sabe esse foi o meu maior pecado, ter amado demais, pessoas demais. Engraçado como essa palavra, amor, é tao curta e perdure longos dias em nós. Mas não há amor sem dor.
               Novembro passa, mas meu tormento não. Por trás dos olhos azuis há uma infinidade de coisas, mas ninguém mais poderá ver. O menino abandonado por si mesmo, com medo do próprio reflexo. O garoto assustado, que não encontra mais nenhuma beleza em si. O fantasma me arrebata, para um passado que se faz tão tangível no presente. Durante tantos dias, rouba-me o brilho da vida. Perco a capacidade de gritar, então meu silêncio faz-se eloquente. Testemunha do meu calvário.
                Uma vez o músico disse: "Ninguém sabe como é ser odiado, ser destinado a contar apenas mentiras. Mas meus sonhos não são tão vazios como minha consciência parece ser. Eu tenho horas de pura solidão... Por trás dos olhos azuis". Assim encaro certos dias, perdido na própria escuridão. Algo que se aprende quando a dor de ser quem você é constantemente te vence, é entender que ninguém irá te salvar. Não, nenhum príncipe encantado te resgatará, Nem uma alma, a não ser você mesmo. Afinal a resposta sempre esteve em você... só você não viu!
                E eu sei que lá no fundo, há tanta beleza no mundo... Queria eu, ao menos uma vez, voltar a enxergar...

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