Carta dos Amigos

          Eram tantas faces. Muitos sonos, sonhos, lutas e indignações. Uma pluralidade que expremia individualidades. Não era mal, era natural. Eram muitas falas. Inúmeras cicatrizes, traumas, hematomas d'alma. Vozes abrindo espaços para outras vozes. Não era um problema psicológico, mas a expressão do amor próprio.
         As cores ganhavam o ar, o mar de pessoas brincavam de coral. Caminhos distintos buscavam uma só direção. Entretanto ele ainda sentia fluxos de solidão nas profundezas daquele oceano. Não era apenas sobre quem ele era, cobrava-se mais acerca do que queria da vida. Mais um quebra-cabeça deixado de lado. Seu desafio era separar suas frustrações.  Maldita confiança vanguardista!
          O tempo passava, embora todas as antigas dores nunca partiam. Ele não mais queria esquecer o que significava sorrir ao olhar para o céu. Não queria perder as risadas bobas de um filme sem final. O dia se pôs. as bandeiras davam piruetas com o vento. As vozes declamavam seus gritos de guerra, tambor e repique condicionavam as marchas dos indignados. Mas ele prosseguia quieto, perdido no mundo  que abria aos poucos. Lá fora ainda era frio, mas não parecia mais tão vazio.
         Ele escolheu seguir. Então, fui!

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